As empresas familiares desempenham um papel fundamental na economia global, representando uma parcela significativa das organizações em diversos países. Contudo, sua natureza peculiar, que mistura laços familiares e interesses empresariais, apresenta desafios únicos, especialmente no que diz respeito à sucessão e à prevenção de conflitos societários. Neste artigo, abordaremos como a governança corporativa pode ser utilizada como uma ferramenta estratégica para garantir a continuidade e a harmonia dessas empresas.

A governança corporativa pode ser definida como o conjunto de princípios, normas e práticas que regem a administração de uma empresa, visando à transparência, à eficiência e à proteção dos interesses de todos os stakeholders. Nas empresas familiares, sua implementação é essencial para:

  1. Separar os papéis de família e negócios: Evitar que questões pessoais interfiram na gestão empresarial.
  2. Promover a profissionalização: Estabelecer critérios claros para a seleção de gestores, sejam eles membros da família ou não.
  3. Facilitar a tomada de decisões: Criar mecanismos para resolver impasses de forma objetiva.

A sucessão é um dos maiores desafios enfrentados pelas empresas familiares. Estudos apontam que apenas uma minoria dessas empresas consegue atravessar três gerações. Para garantir uma transição bem-sucedida, é essencial:

  1. Planejamento Antecipado: Começar o processo de sucessão com antecedência, permitindo a capacitação do sucessor e a preparação da empresa para a mudança.
  2. Estabelecimento de Critérios Claros: Definir requisitos objetivos para a escolha do sucessor, considerando competências e perfil de liderança.
  3. Documentação Formal: Registrar o planejamento sucessório em instrumentos como acordos de acionistas, contratos sociais e testamentos.
  4. Mentoria e Transição Gradual: Oferecer suporte ao sucessor durante o período de transição, garantindo a continuidade da cultura e dos valores empresariais.

Os conflitos entre membros da família são comuns em empresas familiares, principalmente quando não existem regras claras. Algumas medidas preventivas incluem a criação de conselhos, responsável pela supervisão estratégica e pela definição de diretrizes gerais e o conselho Familiar, que estabelece um espaço para discussão de questões familiares, alinhando expectativas e prevenindo interferências no negócio.

A governança corporativa é um elemento-chave para a perenidade das empresas familiares. Quando bem implementada, ela não apenas facilita a transição de gerações, mas também contribui para a prevenção de conflitos e para o fortalecimento da organização como um todo. 

Fernanda Tiagas

Advogada Empresarial

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